Para sempre

🎬 Para Sempre — um filme em 3 atos


ATO I — O ENCONTRO: O TEMPO PARA

Câmera abre: a luz suave da manhã atravessa a grande janela, dançando sobre os lençóis, sobre as flores do parapeito, enquanto borboletas e pássaros cruzam o ar lá fora.

Plano fechado: no rosto dela, iluminado, os olhos brilham intensos, serenos e famintos ao mesmo tempo — como quem encontrou, enfim, o repouso e o êxtase no olhar de quem ama.

Ela está ali, bem na tua frente, te mirando como quem diz, sem palavras:
“É aqui.”

Câmera lenta: você sente, como uma onda quente, o amor subindo, reacendendo, se espalhando pelo peito, pelo corpo inteiro…
Sorri.
Ela sorri também — cúmplice, entregue, certa.

Zoom: os rostos se aproximam, o beijo acontece… inevitável, desejado, necessário.
Se abraçam, se devoram.

Plano aberto: os corpos começam a se mover com aquela dança instintiva — não ensaiada, mas absolutamente perfeita.

Off: Não há dúvidas, nem medos, nem pressa.
Só o presente absoluto, onde o tempo para, e o espaço é o corpo e a alma de vocês dois.


ATO II — A DANÇA: O DESEJO ENCARNADO

Câmera gira ao redor do quarto: os corpos se encontram como quem já se conhece há milênios, mas se surpreendem como se fosse a primeira vez.

Dançam.

Plano detalhe: um arrepio que corre pela pele, um suspiro interrompido, o riso espontâneo entre um beijo e outro…
Não há necessidade de palavras — só toques, mordidas leves, gemidos entrecortados.

Travelling: eles se movimentam pela cama, pelo espaço, como numa coreografia invisível, feita só de desejo e abandono.

Som ambiente: a música é feita de respiração, de risos abafados, do deslizar das peles, do sussurrar das mãos.

Depois…

Plano aberto e fixo: ficam deitados, lado a lado, de mãos dadas, os corpos colados, a pele ainda quente e úmida.

Silêncio: O mundo poderia acabar ali, e seria perfeito.

Close: ela te olha, o olhar agora mais maroto, mais faminto — e vem para cima de você.

Câmera mergulha: os corpos se fundem novamente, mas agora sem pressa, como quem explora um território já conhecido, mas onde sempre se pode descobrir algo novo.

Horas passam — ou talvez seja só um instante que se alonga indefinidamente.

Off: E quem ousaria dizer que se sente o peso?
Não.
Só leveza.
Só bênção.
Só essa fusão que não cansa, não oprime — apenas liberta.


ATO III — A DESPEDIDA: O ETERNO

Plano aberto: a luz da janela agora mais dourada, mais baixa…
As borboletas ainda dançam lá fora, os pássaros ainda cantam, como se o mundo todo estivesse em estado de bênção silenciosa.

Close nos rostos: os lábios ainda se acariciam, demorados, ternos, como quem não quer sair dali jamais.

Câmera parada: o instante se alonga… infinito, absoluto.

Off: O sorriso dá a volta ao mundo, rompe muralhas, cria pontes entre continentes, impulsiona pactos, abençoa nascimentos.

Então, você fala, com aquele tom doce, sereno e seguro:
“Amor… chegou a hora de nos separar. Grato por existir, por termos essa qualidade rara, sagrada e visceral de conexão. Meu coração está feliz…”

Plano fechado no olhar dela: ela respira fundo, te mira com aquela ternura saciada, misturada ao desejo que nunca se extingue.
Cada palavra tua, cada detalhe da tua dança, do teu corpo… ela guarda, silenciosa, como quem armazena joias que jamais perderão o brilho.

Travelling suave: os corpos começam a se afastar…

Mas não como quem perde.

Plano final: se despedem como quem sabe — e a câmera foca nos corações:
ali, permanecerão unidos, eternamente.

Off: Amor verdadeiro… que não se apaga.
Lembrança viva, presença silenciosa e latejante, mesmo que as peles se afastem.

Plano geral: ela se levanta, nua, linda, iluminada pela luz filtrada pela janela…
Você observa, com a alma lavada, o corpo saciado, o peito leve.

Último close: um sorriso cúmplice entre vocês…

E o amor — ah, o amor… esse permanece.

Para sempre.

Corta.
Fade out.

Forma de texo

Para sempre

Imagina… Ela está ali, bem na tua frente.

O rosto iluminado pelo desejo, os olhos acesos, brilhando como quem finalmente encontrou o repouso — não só o lar, mas também a vertigem. Ela te mira com esse amor pleno, faminto e feliz, como quem sabe, sem precisar dizer: “é aqui…”.

Não há dúvidas, nem medos, nem pressa — apenas o ímpeto doce e feroz do presente absoluto, onde o tempo se suspende e o espaço se condensa no calor dos corpos, na vibração das almas.

Você sente, como uma onda morna que sobe sem aviso, o amor reacender — e junto com ele, o desejo, a fome, a ternura indomável…
Sorri.
E ela sorri também, cúmplice, e então é inevitável: se beijam, se devoram, se deixam levar.

Namorando na imaginação, mas, sobretudo, encarnados na volúpia de existir um no outro.

Os corpos se encontram com a leveza lasciva de quem já se conhece há milênios e a surpresa encantada de quem se descobre, mais uma vez, pela primeira vez — e sempre como se fosse a última.

E então dançam… não só no quarto, mas na pele, no hálito, no cheiro…
A dança do amor mais linda que o mundo já viu: sem coreografia, sem juízo, só entrega.

A música é o suspiro entrecortado, o toque que incendeia, o arrepio inevitável, o gemido espontâneo que escapa entre um beijo e outro, entre uma mordida e um riso.

Não há necessidade de palavras — tudo já está dito, gritado, sussurrado, lamido nessa entrega que não conhece reservas.

E depois… deitados lado a lado, ainda ofegantes, de mãos entrelaçadas, os corpos colados, a pele ainda úmida… respiram juntos.
O mundo poderia acabar ali — e seria perfeito.
O silêncio é pleno, saciado, e o tempo… o tempo se desfaz, rendido, como vocês.

Então, ela vem para cima de você, com aquele olhar maroto, faminto e brincalhão…
E passam horas se amando sem se mover demais — ou movendo-se como quem dança em câmera lenta, explorando, rindo, ardendo, vivendo…

E quem ousaria dizer que se sente o peso?

Não.
É só leveza.
Só bênção.
Só essa fusão que não sufoca, não oprime — apenas liberta e consagra.

Abençoam a luz — a que entra pela janela, filtrada, dourada; a que agora arde luminosa dentro de vocês, incendiando cada célula, cada poro.

Se olham…
Os lábios ainda se acariciam, macios, demorados, como quem não quer, não pode e nem precisa sair dali.
O instante se detém, se estende… infinito, absoluto.

E o sorriso… ah, o sorriso!
Explode, dá a volta ao mundo, rompe muralhas, rasga véus, cria pontes entre continentes, sela pactos e abençoa os nascimentos.

Você fala, com aquele tom rouco, doce, de quem sabe que o amor é chama que nunca se apaga:
“Amor… chegou a hora de nos separar. Grato por existir, por termos essa qualidade rara, sagrada e visceral de conexão. Meu coração está feliz…”

Ela respira fundo, te olha com aquela ternura misturada ao desejo saciado…
Cada palavra tua, cada sílaba da tua voz, cada dança, cada detalhe do teu corpo… ela guardará como joias quentes, pulsantes, eternas.

Se despedem… mas não como quem perde.

Se despedem como quem sabe:
no coração, no corpo, na alma, permanecerão unidos pela eternidade.

Amor verdadeiro… que não se apaga.
Lembrança viva, presença silenciosa e latejante, ainda que as peles se afastem.

E então… fluir.
Entrar novamente no mundo, com a alma lavada, o corpo saciado, o peito leve…

E o amor — ah, o amor…
Esse permanece.

Para sempre.

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