Catherine Hirsch (13.11.1945 - 23.01.2025)
Catherine Hirsch (13.11.1945 - 23.01.2025) é, sem dúvida, a mulher mais inteligente, amorosa e sábia que tive a bênção de conhecer.
No Teatro Oficina, ela era para mim a Grande Mãe, a Sacerdotisa, a Mestra, a Sábia. Sempre presente, com uma atenção afiada e uma precisão encantadora, ela era o equilíbrio perfeito entre firmeza e ternura.
A direção de Catherine era mágica e certeira: ela me encaixava nas peças com uma leveza quase mística, guiando-me ao jeito gozoso de interpretar e atuar, ao mesmo tempo em que me despertava para a consciência da minha própria voz (volume, timbre, melodia), do canto, do movimento, da interpretação. Muitas vezes, um simples olhar dela era o suficiente para me transformar. Havia, nesse olhar, algo de amoroso, um gesto que acariciava e encorajava.
Comigo, Catherine falava pouco. Mas o pouco que dizia tinha o poder de me centrar, de me revelar minhas riquezas internas, de me reerguer. Suas palavras — poucas, mas essenciais — eram como um portal para algo maior, e eu sempre saía de suas orientações transformado, grato e profundamente feliz.
A parceria dela com o Zé Celso é, sem dúvida, uma das mais belas que já testemunhei. Juntos, formam uma dupla pulsante, vibrante, essencial para a alma do Oficina.
Não conheço ninguém que tenha algo de negativo a dizer sobre Catherine. Ela é unanimemente amada, respeitada e admirada. Todos que passaram por suas mãos, seus olhares, seus gestos, carregam um profundo senso de gratidão por tudo o que ela ofereceu e pelo carinho que sempre emanou.
Catherine entregou sua vida a sua arte, ao amor e ao Teatro Oficina — e com isso, abençoou a todos nós. Sua presença é um presente, sua sabedoria, um guia. Todos amamos Catherine.
Catherine tinha uma espiritualidade desenvolvida e cultivada com primor. Tenho certeza de que a morte, para ela, foi uma transição vivida com alegria, com a mesma graça que trouxe para todos os aspectos de sua vida. Agora, imagino-a em festa, ao lado do Zé, de sua irmã querida, da Denise e de toda nossa tribo no além. Uma tribo que, assim como nós, a ama profundamente e a quer sempre por perto, como guia, como luz, como eterna fonte de inspiração.
Catherine entregou sua vida ao Teatro Oficina — e com isso, abençoou a todos nós. Sua presença é um presente, sua sabedoria, um guia. Vive Catherine em nossos corações pela eternidade!
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