Medusa renasce liberta sob a Luz de Urano
🌩️ Sob a Luz de Urano, a Medusa é Libertada por Todos
Num tempo fora do tempo, sob a rara conjunção do Sol com Urano sobre a Estrela de Medusa,
convoca-se um novo julgamento: não de castigo, mas de consciência.
Nesta peça mítica, três forças se encontram — Medusa, Netuno e Atena —
não para repetir a tragédia, mas para transmutá-la.
Através da luz de Urano, que rompe os véus do esquecimento e do tabu,
os antigos papéis são desfeitos. A mulher-sacerdotisa é reconhecida.
O desejo é responsabilizado. A sabedoria, humanizada.
Que esta cena se inscreva na alma de quem carrega mitos antigos
e deseje viver sob a luz da verdade e do amor.
Um Ato de Reconciliação no Céu e na Terra
(O cenário é um limiar entre mundos. O templo antigo de Atena rebrilha sob os raios de Urano. O mar de Netuno pulsa nas colunas. Medusa, de pé, com seus cabelos-serpente adormecidos, brilha em dignidade silenciosa. O Sol toca a estrela do destino. Urano paira, invisível, como um véu de eletricidade sagrada.)
⚡ Urano (voz celeste que ecoa dentro e fora de todos):
Chegou o tempo.
O tempo que não cabe nos relógios.
O tempo do arrependimento dos deuses.
O tempo da reparação da alma ferida.
Convoco à luz:
Atena, deusa da estratégia e sabedoria.
Netuno, deus do abismo e do desejo.
Medusa, filha do amor traído.
Falai, e que cada palavra seja semente de um novo mito.
🐍 Medusa (erguendo-se com voz firme e serena):
Eu fui a oferenda e a ofensa.
Entreguei meu corpo ao amor no sagrado —
não por desafio, mas por verdade.
No templo de Atena, fui mulher inteira.
Fui amor e fui chama.
E, por isso, fui punida.
Mas hoje, sob a luz de Urano,
eu retorno não como monstro —
mas como a sacerdotisa que nunca deixei de ser.
🌊 Netuno (surge com olhos sombrios, voz de mar revolto e arrependido):
Eu te desejei, Medusa.
Sim.
Mas não sou inocente.
Invadi o templo e tua vida.
Eu fui força sem escuta.
Desejo sem compaixão.
Hoje, assumo meu erro.
Não como um deus acima,
mas como alguém que ama e aprende.
Se me perdoas —
que seja por tua liberdade,
não por minha desculpa.
🦉 Atena (sai da sombra das colunas, vestida de luz e de memória):
Fui guardiã da ordem.
Mas que ordem era essa,
que exigia tua destruição para manter minha pureza?
Eu errei, Medusa.
Não por te transformar —
mas por não ver tua dor como minha.
Hoje, em nome da justiça mais alta,
não a do império, mas da alma,
eu retiro a maldição.
Teus cabelos-serpente se tornam coroas de sabedoria.
Teu olhar, antes pedra, agora desperta consciências.
🐍 Medusa (com os olhos marejados, mas firmes):
Eu não quero vingança.
Quero verdade.
Quero que as meninas que me carregam
saibam que o amor não é crime,
e que o desejo pode ser sagrado.
⚡ Urano (voz envolta em trovão doce):
Assim seja.
Um novo mito nasce.
Medusa, renomeada em tua inteireza.
Netuno, redimido na escuta e no gesto.
Atena, renascida em compaixão.
E que os homens e mulheres da Terra
celebrem este pacto.
Que não castiguem o amor,
nem exilem seus próprios corpos do templo.
O templo agora... é cada ser desperto.
(A luz de Urano brilha, e a cena se dissolve em silêncio. No espaço deixado, uma nova história começa a ser contada nos corações dos que ousam amar sem culpa.)
te amo
Hector Othon
Comentários
Postar um comentário