sempre em conexão
Quando me achei, me perdi — e foi aí que me encontrei.
Porque no instante em que o eu se desdobra,
a linha entre eu e o mundo some —
como névoa que o sol da manhã dissolve.
Pensei que me perder no vazio seria o fim,
mas foi no meu silêncio que escutei o murmúrio do mundo,
a voz que nunca cala, mesmo quando escolho calar.
Quanto mais me descubro,
mais sinto que faço parte de tudo.
Cada passo pra dentro é um passo para o outro,
um encontro disfarçado de busca,
uma saudade sem nome.
Só entendi o mar quando parei de temer minha própria profundidade.
E na correnteza da vida,
sou gota e rio,
chama e brisa,
voz e silêncio.
Porque a maior verdade é ser único —
e ainda assim pertencer.
Ser inteiro por dentro
e conectado ao que pulsa lá fora.
Quanto mais me achei,
mais parte do todo me tornei.
E nessa dança infinita,
me reinvento:
único, nunca só;
próprio, sempre em conexão.
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